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Foto do escritorJanaína Cintas

Diástase em mulheres no puerpério: entenda o tratamento

Atualizado: 6 de jan. de 2023

Diástase em mulheres no puerpério é uma reclamação bastante comum. Entenda como a hipopressiva ajuda no tratamento dessas pacientes!


Depois de três trimestres de adaptações biomecânicas, emocionais, hormonais e fisiológicas, a mamãe passa pelo parto e entra no período do puerpério. Nesse momento, é comum vermos alterações, como a diástase em mulheres.

Nele, ela precisa enfrentar novamente uma série de alterações do seu corpo que está retornando ao estado anterior à gravidez. A fisioterapia é comprovadamente uma maneira de auxiliar mulheres no puerpério e oferecer-lhes uma melhor qualidade de vida, mas ainda precisamos entender como tratar diástase em mulheres nesse período.

Nesse artigo, quero propor um complemento ao atendimento fisioterápico: o uso do método hipopressivo. Aprenda como a técnica pode ajudar sua paciente e comece a aplicá-la. Alterações do período e diástase em mulheres no puerpério

Durante a gestação, a mulher precisa passar por diversas adaptações físicas e hormonais para garantir a saúde e desenvolvimento do feto. Portanto, essas alterações se estendem pelo período dos três trimestres de gestação e chegam ao fim no momento do parto. Mas o corpo não volta imediatamente ao seu estado anterior, afinal de contas, foram 9 meses de adaptações para receber aquela vida.

Durante a gestação, a parede abdominal sofre um estiramento para aumentar o espaço de desenvolvimento do bebê, tendo sua pressão intra abdominal (PIA) aumentada fisiologicamente. Como resultado, a linha alba estará sob os efeitos da relaxina afastando os dois feixes do músculo reto abdominal, algo que logo veremos estar intimamente ligado à diástase em mulheres.

Diástase em mulheres durante a gestação

Durante a gravidez, a diástase é normal e esperada para que o feto se desenvolva, porém, tal alteração também pode acontecer imediatamente após o parto ou nas primeiras semanas após o acontecimento, pois os músculos levam de 4 a 6 semanas para recuperar seu controle motor (Eyal Lederman). Após, esse período considera-se que o estiramento do reto abdominal pode ser fator de risco para:

  • Falta de Estabilização para as Vísceras

  • Hérnia visceral no Abdômen

  • Disfunções Uroginecológicas

Todos esses são problemas que desejamos evitar em mulheres no puerpério para garantir uma melhor qualidade de vida no período. Ainda no período de gravidez, a mulher passa por alterações importantes no sistema respiratório que também é influenciada pelo aumento da pressão intra-abdominal. Portanto, o aumento da área abdominal causado pelo crescimento do feto diminui a excursão do diafragma, o que o elevará cerca de 4cm a 5cm. A caixa torácica se expande para suprir essa demanda de aumento pressórico e a frequência respiratória fica aumentada. O puerpério é caracterizado como o período de adaptação do corpo após a gestação e pode durar de 6 a 8 semanas. Posteriormente ao retorno total da pelve leva exatamente 8 semanas para recuperar seu controle motor. Todas as alterações que o corpo sofreu durante a gestação podem manter-se nesse período, causando uma série de desconfortos para a mulher. Trabalhar com mulheres no puerpério pode ser um trabalho delicado. Além de estar passando por adaptações físicas e hormonais novamente, elas também estão alterando seu estilo de vida para a convivência com o recém-nascido. Portanto, devemos oferecer-lhes todo conforto possível.

Benefícios do método hipopressivo para Mulheres no Puerpério


Se você leu corretamente o tópico anterior, percebeu que existem diversas alterações musculoesqueléticas no corpo das mulheres no puerpério. Entre elas, temos adaptações importantes na parede abdominal, que podem levar ao estiramento de diversas musculaturas e à diástase em mulheres. O assoalho pélvico também pode sofrer com as adaptações já que suportou um excesso de carga durante o período gestacional. Por isso, o método hipopressivo é bastante recomendado para ativação das musculaturas abdominais e, para retirada do peso hidráulico do assoalho pélvico, devolvendo a esses músculos sua curva de comprimento e tensão. Caso não tenha ocorrido laceração de fibras, nesses casos devemos estar acompanhados de uma fisioterapeuta uroginecológica. O método também pode ser utilizado para auxiliar no tratamento de mulheres no puerpério com incontinência urinária. Os objetivos da hipopressiva aplicada à essas pacientes incluem:

  1. Ativar Musculatura Abdominal

  2. Devolver as Condições Fisiológicas ao Assoalho Pélvico

  3. Normalizar a PIA

  4. Desativar a Série Muscular de Williame e Finet – Normalizando as Pressões na Cavidade Torácica

  5. Realizar o Reposicionamento das Vísceras no Peritônio

  6. Alinhar os Ilíacos

  7. Recuperar sua Forma Estética mais rapidamente.

Existem também indicativos que as aulas hipopressivas para mulheres no puerpério diminuem o afastamento das porções do reto abdominal. Assim, seria possível prevenir uma possível diástase abdominal ou hérnia, mas falaremos a respeito disso mais à frente. Um estudo realizado com 50 mulheres no puerpério imediato mostrou diminuição no afastamento das porções do reto abdominal 12,5% com uso da hipopressiva. No mesmo período estudado, entre 6 horas e 18 horas após o parto, o grupo de controle teve diminuição de 5,4%. Também é possível utilizar os exercícios para melhorar o tônus da musculatura abdominal que costuma estar desativado em mulheres no puerpério. Além disso, corrigimos algumas alterações posturais desenvolvidas no período gestacional e evitamos compressões mecânicas mais à frente.

Hipopressiva para tratar diástase em mulheres no puerpério

A diástase abdominal é uma reclamação frequente em mulheres com uma gestação recente. Durante a gravidez acontece o estiramento dos músculos abdominais que já mencionei anteriormente. Combinado com alterações posturais, como hiperlordose lombar e anteversão pélvica, essas mudanças geram alterações fisiológicas e biomecânicas nas musculaturas abdominais. Lembrem-se que o corpo está sempre em busca de: equilíbrio, conforto e economia. Para tanto,se utiliza de programações corticais, que são capazes de ativar e desativar músculos para cumprir principalmente o princípio da economia. Na gravidez, não se faz diferente. O córtex desativará os músculos da faixa abdominal a fim de diminuir a PIA, para que o feto possa crescer confortavelmente. Dessa forma, levará os ilíacos em abertura e anterioridade, na tentativa clara de aumentar a área interna, com o mesmo objetivo. E as alterações musculoesqueléticas, sempre se adaptaram às necessidades viscerais. A alteração mais importante para nós quando falamos de diástase abdominal ocorre nos retos abdominais. Já que suas duas porções separam-se na linha alba para permitir o crescimento do útero que abriga o feto. Apesar de ser mais comum no último trimestre de gestação, a diástase também pode afetar as mulheres no puerpério. Nem toda diástase em mulheres no puerpério é patológica Um detalhe importante, nem toda diástase no período gestacional ou pós-parto é considerada patológica. Uma separação das porções do reto abdominal de até 2,5 cm é considerada fisiológica. O corpo da gestante se recupera após o parto e volta ao estado normal, lembrando que o corpo da mulher pode levar até 2 anos para se recuperar de todas alterações: são as puérperas tardias. Precisamos garantir tratamento para mulheres puérperas que possuem alterações maiores, portanto patológicas. Temos no Método Abdominal Hipopressivo um grande aliado no tratamento e prevenção da diástase dessa população. O método possui uma grande vantagem sobre os exercícios convencionais, pois proporciona diminuição da PIA, enquanto que os abdominais tradicionais, seja o: holliwing, bracing ou crunch elevará a pressão intra-abdominal, que já encontra-se aumentada. Nas diástases, seria pouco eficaz utilizar exercícios abdominais convencionais que podem aumentar a PIA ainda mais.. Portanto, usando a hipopressiva para tratamento de mulheres no puerpério conseguimos auxiliar com a diástase e fornecer todos os outros benefícios do método abdominal hipopressivo.

Conclusão

Já conhecemos o método abdominal hipopressivo e seus benefícios. Mencionei aqui mesmo nesse blog como ele pode ser usado para tratamento de incontinência urinária, dor lombar crônica e as próprias diástases abdominais. Agora, você também sabe que ele é excelente para trabalhar com mulheres no puerpério. A hipopressiva auxilia o corpo da mulher puérpera a retornar ao seu estado anterior à gestação, estimulando neuro divergências, ou seja, novas redes neuronais para este retorno. Para isso, precisamos realizar a ativação da musculatura abdominal, a retirada do peso hidráulico do saco visceral da região pélvica, aliviando assim, a tensão excessiva que foi exercida sobre os diminutos músculos do assoalho pélvico por meses, e a desativação da tensão excessiva dos músculos da caixa torácica, através de liberações fasciais, que incluem o diafragma. A hipopressiva também obtém melhorias para a postura, controle muscular, postural e respiratória da paciente. Além disso, é um método que auxilia na prevenção de prolapso do útero após o parto e ptoses de bexiga. Quer um atendimento eficiente para sua paciente que encontra-se no período pós-parto? Siga minha dica e comece a aplicar a hipopressiva!

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