Diástase em mulheres no puerpério é uma reclamação bastante comum. Entenda como a hipopressiva ajuda no tratamento dessas pacientes!
Depois de três trimestres de adaptações biomecânicas, emocionais, hormonais e fisiológicas, a mamãe passa pelo parto e entra no período do puerpério. Nesse momento, é comum vermos alterações, como a diástase em mulheres.
Nele, ela precisa enfrentar novamente uma série de alterações do seu corpo que está retornando ao estado anterior à gravidez. A fisioterapia é comprovadamente uma maneira de auxiliar mulheres no puerpério e oferecer-lhes uma melhor qualidade de vida, mas ainda precisamos entender como tratar diástase em mulheres nesse período.
Nesse artigo, quero propor um complemento ao atendimento fisioterápico: o uso do método hipopressivo. Aprenda como a técnica pode ajudar sua paciente e comece a aplicá-la. Alterações do período e diástase em mulheres no puerpério
Durante a gestação, a mulher precisa passar por diversas adaptações físicas e hormonais para garantir a saúde e desenvolvimento do feto. Portanto, essas alterações se estendem pelo período dos três trimestres de gestação e chegam ao fim no momento do parto. Mas o corpo não volta imediatamente ao seu estado anterior, afinal de contas, foram 9 meses de adaptações para receber aquela vida.
Durante a gestação, a parede abdominal sofre um estiramento para aumentar o espaço de desenvolvimento do bebê, tendo sua pressão intra abdominal (PIA) aumentada fisiologicamente. Como resultado, a linha alba estará sob os efeitos da relaxina afastando os dois feixes do músculo reto abdominal, algo que logo veremos estar intimamente ligado à diástase em mulheres.
Diástase em mulheres durante a gestação
Durante a gravidez, a diástase é normal e esperada para que o feto se desenvolva, porém, tal alteração também pode acontecer imediatamente após o parto ou nas primeiras semanas após o acontecimento, pois os músculos levam de 4 a 6 semanas para recuperar seu controle motor (Eyal Lederman).
Após, esse período considera-se que o estiramento do reto abdominal pode ser fator de risco para:
Falta de Estabilização para as Vísceras
Hérnia visceral no Abdômen
Disfunções Uroginecológicas
Todos esses são problemas que desejamos evitar em mulheres no puerpério para garantir uma melhor qualidade de vida no período. Ainda no período de gravidez, a mulher passa por alterações importantes no sistema respiratório que também é influenciada pelo aumento da pressão intra-abdominal. Portanto, o aumento da área abdominal causado pelo crescimento do feto diminui a excursão do diafragma, o que o elevará cerca de 4cm a 5cm. A caixa torácica se expande para suprir essa demanda de aumento pressórico e a frequência respiratória fica aumentada. O puerpério é caracterizado como o período de adaptação do corpo após a gestação e pode durar de 6 a 8 semanas. Posteriormente ao retorno total da pelve leva exatamente 8 semanas para recuperar seu controle motor. Todas as alterações que o corpo sofreu durante a gestação podem manter-se nesse período, causando uma série de desconfortos para a mulher. Trabalhar com mulheres no puerpério pode ser um trabalho delicado. Além de estar passando por adaptações físicas e hormonais novamente, elas também estão alterando seu estilo de vida para a convivência com o recém-nascido. Portanto, devemos oferecer-lhes todo conforto possível.
Benefícios do método hipopressivo para Mulheres no Puerpério
Se você leu corretamente o tópico anterior, percebeu que existem diversas alterações musculoesqueléticas no corpo das mulheres no puerpério. Entre elas, temos adaptações importantes na parede abdominal, que podem levar ao estiramento de diversas musculaturas e à diástase em mulheres.
O assoalho pélvico também pode sofrer com as adaptações já que suportou um excesso de carga durante o período gestacional.
Por isso, o método hipopressivo é bastante recomendado para ativação das musculaturas abdominais e, para retirada do peso hidráulico do assoalho pélvico, devolvendo a esses músculos sua curva de comprimento e tensão.
Caso não tenha ocorrido laceração de fibras, nesses casos devemos estar acompanhados de uma fisioterapeuta uroginecológica. O método também pode ser utilizado para auxiliar no tratamento de mulheres no puerpério com incontinência urinária.
Os objetivos da hipopressiva aplicada à essas pacientes incluem:
Ativar Musculatura Abdominal
Devolver as Condições Fisiológicas ao Assoalho Pélvico
Normalizar a PIA
Desativar a Série Muscular de Williame e Finet – Normalizando as Pressões na Cavidade Torácica
Realizar o Reposicionamento das Vísceras no Peritônio
Alinhar os Ilíacos
Recuperar sua Forma Estética mais rapidamente.
Existem também indicativos que as aulas hipopressivas para mulheres no puerpério diminuem o afastamento das porções do reto abdominal. Assim, seria possível prevenir uma possível diástase abdominal ou hérnia, mas falaremos a respeito disso mais à frente. Um estudo realizado com 50 mulheres no puerpério imediato mostrou diminuição no afastamento das porções do reto abdominal 12,5% com uso da hipopressiva. No mesmo período estudado, entre 6 horas e 18 horas após o parto, o grupo de controle teve diminuição de 5,4%. Também é possível utilizar os exercícios para melhorar o tônus da musculatura abdominal que costuma estar desativado em mulheres no puerpério. Além disso, corrigimos algumas alterações posturais desenvolvidas no período gestacional e evitamos compressões mecânicas mais à frente.
Hipopressiva para tratar diástase em mulheres no puerpério
A diástase abdominal é uma reclamação frequente em mulheres com uma gestação recente. Durante a gravidez acontece o estiramento dos músculos abdominais que já mencionei anteriormente. Combinado com alterações posturais, como hiperlordose lombar e anteversão pélvica, essas mudanças geram alterações fisiológicas e biomecânicas nas musculaturas abdominais. Lembrem-se que o corpo está sempre em busca de: equilíbrio, conforto e economia. Para tanto,se utiliza de programações corticais, que são capazes de ativar e desativar músculos para cumprir principalmente o princípio da economia. Na gravidez, não se faz diferente. O córtex desativará os músculos da faixa abdominal a fim de diminuir a PIA, para que o feto possa crescer confortavelmente. Dessa forma, levará os ilíacos em abertura e anterioridade, na tentativa clara de aumentar a área interna, com o mesmo objetivo. E as alterações musculoesqueléticas, sempre se adaptaram às necessidades viscerais. A alteração mais importante para nós quando falamos de diástase abdominal ocorre nos retos abdominais. Já que suas duas porções separam-se na linha alba para permitir o crescimento do útero que abriga o feto. Apesar de ser mais comum no último trimestre de gestação, a diástase também pode afetar as mulheres no puerpério. Nem toda diástase em mulheres no puerpério é patológica Um detalhe importante, nem toda diástase no período gestacional ou pós-parto é considerada patológica. Uma separação das porções do reto abdominal de até 2,5 cm é considerada fisiológica. O corpo da gestante se recupera após o parto e volta ao estado normal, lembrando que o corpo da mulher pode levar até 2 anos para se recuperar de todas alterações: são as puérperas tardias. Precisamos garantir tratamento para mulheres puérperas que possuem alterações maiores, portanto patológicas. Temos no Método Abdominal Hipopressivo um grande aliado no tratamento e prevenção da diástase dessa população. O método possui uma grande vantagem sobre os exercícios convencionais, pois proporciona diminuição da PIA, enquanto que os abdominais tradicionais, seja o: holliwing, bracing ou crunch elevará a pressão intra-abdominal, que já encontra-se aumentada. Nas diástases, seria pouco eficaz utilizar exercícios abdominais convencionais que podem aumentar a PIA ainda mais.. Portanto, usando a hipopressiva para tratamento de mulheres no puerpério conseguimos auxiliar com a diástase e fornecer todos os outros benefícios do método abdominal hipopressivo.
Conclusão
Já conhecemos o método abdominal hipopressivo e seus benefícios. Mencionei aqui mesmo nesse blog como ele pode ser usado para tratamento de incontinência urinária, dor lombar crônica e as próprias diástases abdominais. Agora, você também sabe que ele é excelente para trabalhar com mulheres no puerpério. A hipopressiva auxilia o corpo da mulher puérpera a retornar ao seu estado anterior à gestação, estimulando neuro divergências, ou seja, novas redes neuronais para este retorno. Para isso, precisamos realizar a ativação da musculatura abdominal, a retirada do peso hidráulico do saco visceral da região pélvica, aliviando assim, a tensão excessiva que foi exercida sobre os diminutos músculos do assoalho pélvico por meses, e a desativação da tensão excessiva dos músculos da caixa torácica, através de liberações fasciais, que incluem o diafragma. A hipopressiva também obtém melhorias para a postura, controle muscular, postural e respiratória da paciente. Além disso, é um método que auxilia na prevenção de prolapso do útero após o parto e ptoses de bexiga. Quer um atendimento eficiente para sua paciente que encontra-se no período pós-parto? Siga minha dica e comece a aplicar a hipopressiva!
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