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O que são Cadeias Musculares e por que você, instrutor de Pilates, deve conhecê-las?

Atualizado: 27 de mar.

Entender o que são cadeias musculares e como funcionam muda todo seu tratamento. Se as ignorar, pode reabilitar seu aluno errado.


Apesar de serem amplamente mencionadas nas áreas do movimento, nem todo mundo sabe o que são Cadeias Musculares. Mas fique sabendo: entender o que elas são e como funcionam muda todo seu tratamento. Posso garantir que se você as ignora tem grande probabilidade de reabilitar seu aluno da maneira errada. E isso não muda de acordo com a patologia ou desequilíbrio. Afinal, o que são Cadeias Musculares? Entenda as definições Segundo Madame Meziérès as cadeias musculares são o: O conjunto de músculos pluriarticulares de mesmo sentido e direção que se comportam como se fossem um único só músculo. Elas recobrem como se fossem telhas de um telhado. Já a Madame Godeliève Denys Struyf acreditava que o indivíduo se estrutura sobre a sua história de vida. E as Cadeias Musculares irão se moldar ao indivíduo de acordo com suas necessidades de expressão corporal. Segundo Léopold Busquet as Cadeias Musculares são circuitos anatômicos que circulam o corpo através das forças organizadoras. Tom Mayers descreve como trilhos anatômicos. O papel da fáscia nas Cadeias Musculares As fáscias são essenciais para qualquer movimento humano. Elas também estão muito relacionadas com as cadeias musculares. “O termo “fáscia” representa o tecido conjuntivo membranoso, um verdadeiro esqueleto fibroso que inclui o tecido muscular e funciona como peça única”. Marcel Bienfait A fáscia é uma estrutura passiva que transmite tensões mecânicas geradas pela atividade muscular. Uma de suas funções é diminuir o atrito entre músculos, vasos, tendões, nervos e ossos. Além disso, a fáscia é a única que recobre todo o corpo. Ela também é econômica, pois requer baixo custo energético para sua manutenção. Foi a descoberta da fáscia que permitiu essa visão de totalidade e globalidade corporal que temos hoje em dia. Adiante veremos um pouco mais sobre como essas descobertas sobre a fáscia levaram às técnicas e métodos que utilizamos. Tecido conjuntivo e músculos O tecido conjuntivo é formado, logicamente por células conjuntivas, os blastos. Segundo Marcel Bienfait (1995), os blastos em sua fisiologia produzem a secreção de duas proteínas de constituição: o colágeno e a elastina. Como em todas as proteínas as duas se renovam, o colágeno é uma proteína de curta duração, enquanto a elastina é a proteína de longa duração. O colágeno sendo uma proteína de curta duração se renova durante toda a vida. É nela que conseguiremos atuar com efetividade, porque o que estimula a produção de colágeno é o tensionamento do tecido. Se o tecido suporta tensões curtas e repetidas observamos o conjuntivo se alongar (músculos sadios). Já sabemos que os músculos tônicos devem trabalhar em rajadas, somente para reequilibrar o conjunto corporal. Ele trabalha por contração, reequilíbrio e logo em seguida relaxamento. Se houver algum desarranjo biomecânico e o músculo não conseguir se relaxar acontecerão compensações. Assim, outros músculos são forçados a cumprir as funções desses músculos que não se relaxaram. Os músculos assim precisarão realizar uma contração longa, sem relaxamento. Em sequência o tecido se tornará mais denso, perdendo sua elasticidade. A fáscia Pesquisas recentes apontam para uma nova propriedade da fáscia que é a de se contrair sozinha, sem ação muscular. O terapeuta Robert Schliep, licenciado em psicologia, juntou-se ao neurofisiologista Heike Jaeger e desde 2003 na Universidade de Ulm montaram um laboratório de estudo fascial. Lá descobriram que o estresse pode contrair a fáscia sem os músculos, e estudam ainda a possibilidade da fáscia possuir seus próprios receptores. Além do seu trabalho clínico como rolfista e dos cursos que ministra, ele dirige o Projeto de Pesquisa da Fáscia na Universidade de Ulm, na Alemanha. Esse é o projeto mais avançado neste assunto atualmente (www.fasciaresearch.de). Ele recebeu um prêmio por seu trabalho em Medicina Musculoesquelética que relaciona a fáscia ao tecido que recobre todo o corpo humano. Ela vai além das estruturas musculoesqueléticas e se engendra por todo sistema visceral. Assim ligamos a fáscia diretamente aos tecidos viscerais, nervosos e musculoesqueléticos gerando assim, o sistema de tensigridade corporal. Tensigridade corporal é o termo que designa a explicar que qualquer força externa que atue sobre o corpo, sendo este um sistema único de tensão pode alterar. O corpo é como uma rede única de tensão, qualquer estrutura corporal como se fosse uma rede mesmo à distância. É a fáscia que permite a continuidade de forças existentes nas Cadeias Musculares. Leis Mecânicas que regem o Corpo Necessitamos ver o paciente através de seu corpo fisiológico ou adoecido. Isso ajuda a descobrir o que ele acoberta e quais compensações esconde, e isso só será possível através de muita dedicação e de estudos. Biomecânica e anatomia A anatomia humana é a parte da biologia voltada para o estudo da forma e estrutura do organismo humano. Portanto, é a disciplina base para os cursos da área da saúde, contendo muitas vezes sua história confundida com o próprio surgimento da medicina. A Biomecânica é um estudo de forças que atuam pelo corpo humano, e ela pode ser considerada como uma parte inerente à fisioterapia. Todo movimento é um efeito mecânico (físico). Sempre que uma força diretamente ou indiretamente sobre o corpo humano, esses princípios físicos estarão envolvidos. Logo, este estudo é fundamental para a compreensão de situações estáticas e dinâmicas do movimento corporal, seja ele patológico ou são. Por razões didáticas, primeiro discutiremos a anatomia e biomecânica, ao contrário de muitos profissionais preferem estudar protocolos de atendimentos prontos, e aqui quero convencê-los a serem críticos, a terem boas bases de discussão e análise diante de um caso. Para tanto não é possível negligenciarmos a anatomia e a biomecânica. Costumo dizer que a fisioterapia é feita de detalhes, e a resposta para o caso do seu paciente com certeza estará no anatômico e/ou biomecânico. Leis biomecânicas do corpo É necessário que se compreenda todas soluções engenhosas adotadas pela biomecânica para que o nosso corpo obedeça a três leis responsáveis pelos esquemas de comprometimentos funcionais de um organismo: Lei do Equilíbrio: Em nossa fisiologia, o equilíbrio corporal, em toda sua dimensão corporal (parietal, visceral, hemodinâmica e neurológico) e é sempre prioridade e as soluções encontradas que são sempre econômicas. Lei do Conforto: O funcionamento de um corpo são, fisiológico é sempre confortável, já o comportamento de um corpo não fisiológico, estará sempre em busca da conservação do equilíbrio, tendo como prioridade a ausência de dor. Lei da Economia: Esse corpo fará tudo para não sofrer, mesmo que esse esquema adaptativo comprometa a nossa mobilidade, levando a um desgaste excessivo de energia, e deformações corporais posteriormente. Portanto, nosso corpo obedecera essas três leis, deve ser confortável, sem dor, equilibrado e de uma maneira econômica. Entendendo essas três leis, fica lógico os esquemas de comprometimentos funcionais de um organismo, e principalmente nos atentarmos para a retroalimentação desses fundamentos. Ficou claro o que são cadeias musculares? Conclusão… As cadeias musculares existem e estão presentes em nosso dia-a-dia na fisioterapia. Quando encontramos um corpo com funcionamento patológico, precisaremos observá-las e compreendê-las. Isso porque graças ao funcionamento das cadeias musculares, interligadas pelas fáscias, teremos um padrão de movimento disfuncional espalhado pelo corpo. Portanto se você quer tornar-se um profissional mais completo e eficiente, dedique-se a aprender sobre essas cadeias. Elas te ajudarão por todo o processo de tratamento do seu aluno, desde a avaliação até uma reabilitação eficiente. Sem esse conhecimento tudo que você poderá fazer é seguir protocolos prontos de aula que podem ser completamente inúteis. Espero que tenham gostado desse artigo e que essas informações ajudem todos meus leitores a se tornarem melhores profissionais. Para se aprofundar no assunto, convido você a conhecer o Curso Completo de Cadeias Musculares, com mais de 80 aulas e 30h de conteúdo com certificado. É só clicar aqui e acessar o site oficial!

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